Para cada palavra uma sensação. Nada de meias medidas ou meais verdades, apenas o sentir.
A flor da pele o suor frio da indecisão, as mãos tremulas da ansiedade, o coração palpitando dentro peito como se pudesse fugir aos saltos, senhor do seu destino.
O cérebro ofuscado pelas nuvens e vapores dos pensamentos incompletos e confusos de quem está perdido na escuridão em plena luz e calor do meio dia.
Meia vida vivida de meias certezas e meias agruras. Tudo pela metade.
A cada início o fim se aproxima antes da hora, pois no meio do caminho há o inevitável, seja ele a meia desculpa que for.
Meias laranjas sempre serão metades e nunca o todo.
Abrasando na memória idéias truncadas ao meio, como se o inteiro pudesse desagregar o ser.
Ser pela metade é não ser nada, nunca inteiro, nunca final, nunca definitivo. Apenas meio projeto, meia realidade.
Nessa bruma de indecisões meios acertos morrendo a meio caminho da praia.
Nada se salva, apenas meias ilusões de que tudo será inteiro um dia.
Mas não se trata do caminho do meio, do equilíbrio. Trata-se do caos, da repartição aleatória de uma meia esperança.