segunda-feira, 22 de julho de 2013

Musas

Conheço gente que deveria ser paga simplesmente para pensar.
Não estou falando de filósofos, nem cientistas, mas pessoas comuns, que têm idéias brilhantes, exuberantes, em jorros a partir da simples contemplação da atividade alheia.
O brilho e o frescor da novidade, pela observação e curiosidade que lhe são inatas tão fascinantes que renderiam livros. Porém, essas idéias não frutificam, simplesmente porque tais pessoas não são executivas. Não têm o poder de pegar uma única ideia e transforma-la num  negócio e dele viver até o final de seus dias.
Esse manancial não tem fim, e tudo que é proposto tão logo posto em prática dá origem à novas idéias e sonhos e resultados e novidades.
O valor está na inovação, no começo. O simples florescer do inusitado. A repetição não os compras, apenas afoga seu brilho na opacidade da constância.
Este não é um mundo para gênios contemplativos, mas para aqueles que medem e pesam tudo no valor do dinheiro, mas são incapazes de pagar pelas idéias desses seres imaginativos e irrequietos que vivem a míngua e a margem, pois nada chega a ser bom o bastante para ser finalizado, algo novo já superou de forma ainda mais criativa.
É uma cornucópia, e quem souber aproveitar o que dela sai, poderá gerar riquezas, ao contrário do próprio nascedouro que simplesmente dá como se a criação em si fosse desprovida de valor, já que faz parte de sua essência.
Vi tantos fazerem a vida a partir dessas fagulhas e esse idealizador jamais ser reconhecido. Ilustre desconhecido, artista das bolhas de sabão, engenheiro dos castelos de areia, matemático da insustentabilidade, poeta do silêncio, visionário cego do próprio dom.
Faltam mecenas e sobram aproveitadores. Pobre ser fadado a ser seduzido pelas musas inspiradoras e derrotado pelos titãs do empreendedorismo, oportunistas e executores da criação alheia, negando crédito a quem de fato pariu a semente do todo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário