segunda-feira, 10 de junho de 2013

Engano

Sem açúcar, sem afeto, sem consideração, sem respeito, sem vontade. Como se a maldade fosse o filtro da poção que alimenta uma família que tudo lhe ofereceu.
Não há vínculos da alma que possam ser vistos a não ser quando um relacionamento acaba. Seja ele de que natureza for.
Descobrir-se envenenado pelas mãos a quem confiou suas refeições, suas roupas, sua sede, sua intimidade, suas pequenas alegrias e conquistas. Dividiu com você a mesa na fartura, viu sua situação deteriorar-se, sua despensa esvaziar, seus recurso extinguirem-se um a um, suas lágrimas pelas perdas e não ser capaz de ver tudo que lhe foi oferecido.
Agora pagar com juros, multa e correção por cada benefício concedido, consideração respeitada e respeito oferecido.
Descobrir-se cego diante da crueldade dissimulada em anos de falsa solidariedade.
Tudo resumido à letra fria e dura da lei mal escrita, mal interpretada e mal aplicada.
Falsas conquistas para quem sempre escondeu em seu amago aquilo que sempre foi.
Descrença. Nada resta, apenas o frio do engano.


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